Miguel Ángel Márdero Arellano

Miguel Ángel Márdero Arellano

Last updated on 4 November 2020

Miguel Ángel Márdero Arellano, Coordenador da Rede Cariniana, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT


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O tratamento dos registros sobre a pandemia do COVID-19, por profissionais da informação, deverá incluir a aplicação de estratégias de preservação para garantir a confiabilidade das fontes e o conhecimento da realidade atual.

O volume de informação sobre a pandemia em formato digital cresce a cada minuto. Todos os esforços para organizar esses registros poderão ser reconhecidos no futuro por aqueles que enfrentarão novos problemas de saúde pública. Da mesma forma, as estratégias de preservação que forem aplicadas a esses registros proporcionarão a garantia de termos fontes de informação confiáveis para conhecer a realidade atual.

Isso será o resultado de um trabalho árduo de profissionais da informação empenhados em descrever todos os detalhes de registros dos eventos em diferentes formatos. Após um período de isolamento, a necessidade de abrir bibliotecas e arquivos para atendimento das comunidades, mesmo antes de estarmos em um ambiente livre da doença, é produto do compromisso social dos responsáveis pelos serviços de informação para que todos tenham acesso a informações precisas sobre as ações necessárias para conter os efeitos do vírus.

Entre estes profissionais da informação estão aqueles que lidam com a preservação de documentos digitais. São estes que conhecem quais normas e padrões devem ser observados na hora de organizar dados e resultados de pesquisas para diferentes tipos de usuários. Mas tudo isso só pode ser resultado de um planejamento e de tomadas de decisão na gestão da pandemia com uma visão de futuro.

As iniciativas de registrar todas as atividades relacionadas com a pandemia vão desde a coleta e a curadoria dos relatos pessoais, até informações oficiais de saúde das agências de governo e centro de pesquisa, mostrando as diversas perspectivas na forma de enfrentar a crise de saúde pública relatada em diferentes mídias de comunicação. É a construção coletiva da história que servirá para se ter uma visão completa do surto e que ajudará as comunidades e aos formuladores de políticas a entender como a pandemia permeou a nossas vidas.

Neste período, o apoio de grandes organizações que lidam com informação científica tem sido fundamental na sustentabilidade dos serviços tradicionais e dos que lidam com informação em formato digital. Entre essas organizações incluem-se a Associação de Arquivistas Canadenses, a Sociedade de Arquivistas Americanos, o Conselho Internacional de Arquivos e muitas bibliotecas e arquivos nacionais que estão respondendo ao chamado de pesquisadores de vários países para documentar esse momento extraordinário da história.

Os profissionais da informação acostumados com o desenvolvimento de coleções realizam comparações e ajustam suas políticas de coleta para uma nova área de documentação que inclui respostas institucionais e pessoais ao COVID-19; formulam kits de recursos para “tempos de crise” a fim auxiliar os profissionais em atividades de trabalho remoto. O planejamento das etapas da produção de coleções digitais foi revalorizado, começando pela avaliação das coleções a serem digitalizadas até a construção de novas coleções nos repositórios institucionais que contemplassem dados de vários projetos de pesquisa sobre o corona vírus. No Brasil alguns exemplos vieram de instituições que tradicionalmente tratam com informações científicas como o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT (http://ibict.br), e a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ (http://www.arca.fiocruz.br).

O novo cenário do mundo digital supera os constrangimentos de um isolamento social forçado em uma escala global, tornando-se um importante veículo de visita e transmissão de conhecimento dos recursos institucionais. Seguimos nos adaptando às mudanças que virão, incorporando noções de confiabilidade ao acesso e a preservação digital como um caminho que importa para a compreensão da forma como estamos vivendo e sobre como transformá-la.

 

Digits: For Good

Why preserve pandemic records

The treatment of COVID-19 pandemic records by information professionals should include the application of preservation strategies to ensure the reliability of sources and knowledge of the current reality.

 The volume of information about the pandemic in digital format grows by the minute. All efforts to organize these records may be recognized in the future by those who will face new public health problems. Likewise, the preservation strategies that are applied to these records will provide the guarantee of having reliable sources of information to know the current reality.

This will be the result of hard work by information professionals committed to describing all the details of event records in different formats. After a period of isolation, the need to open libraries and archives to serve the communities, even before we are in a disease-free environment, is the product of the social commitment of those responsible for information services so that everyone has access to accurate information about necessary actions to contain the effects of the virus.

Among these information professionals are those who deal with the preservation of digital documents. They are the ones who know which norms and standards must be observed when organizing data and research results for different types of users. The feasability of this result will be a function of planning and decision-making in managing the pandemic with a view to the future.

Initiatives to record all activities related to the pandemic range from the collection and curation of personal reports, to official health information from government agencies and the research center, showing the different perspectives on how to face the reported public health crisis in different communication media. It is the collective construction of history that will design a complete view of the outbreak and will help communities and policy makers to understand how the pandemic has permeated our lives.

In this period the support of associations that deal with scientific information has been fundamental in the sustainability of traditional services and those that deal with information in digital format. These associations include the Association of Canadian Archivists, the Society of American Archivists, the International Council on Archives and many national libraries and archives that are responding to calls from researchers from various countries to document this extraordinary moment in history.

Information professionals used to developing collections make comparisons and adjust their collection policies to a new area of ​​documents that includes institutional and personal responses to COVID-19; formulate resource kits for “times of crisis” in order to assist professionals in remote work activities. The planning of the stages of the production of digital collections was revalued, starting with the evaluation of the collections to be digitized until the construction of new collections in institutional repositories that included data from various research projects on the corona virus. In Brazil, some examples of institutions that traditionally work with scientific information are the Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT (http://ibict.br), and the Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ (http://www.arca.fiocruz.br).

The new scenario of the digital world overcomes the constraints of forced social isolation on a global scale, becoming an important vehicle for visiting and transmitting knowledge of institutional resources. The information Science professionals continue to adapt to the changes that will come, incorporating notions of reliability to access and digital preservation as a path that matters for understanding the way we are living and how to transform it.

 


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